quinta-feira, 22 de abril de 2010

TEOLOGIA NEOLIBERAL (1)

Na teologia neoliberal os homens não nascem iguais, nem tendem para a igualdade. Qualquer tentativa de suprimir a desigualdade constitui um ataque à natureza das coisas. Deus, ou a natureza, dotou alguns com talento e inteligência, mas foi avaro com os restantes. Qualquer tentativa de justiça social é inócua, pois novas desigualdades ressurgirão fatalmente. A desigualdade é um estimulante que faz com que os mais talentosos desejem destacar-se e ascender, ajudando, dessa maneira, o progresso da sociedade. Tornar iguais os desiguais é contraproducente e conduz à estagnação. Segundo W. Blake - «A mesma lei para o leão e para o boi é opressão».
A sociedade é o cenário da competição, da concorrência. Se aceitamos a existência de de vencedores, devemos também concluir que deve haver perdedores. A sociedade teatraliza, em todas as instâncias, a luta pela sobrevivência. Inspirados no darwinismo, que afirma a vontade do mais apto, concluem que somente os mais fortes sobrevivem, cabendo aos fracos conformarem-se com a exclusão natural, os quais, por sua vez, não devem ser atendidos pelo Estado de Bem Estar, que estimula o parasitismo e a irresponsabilidade, mas sim pela caridade, através de associações e instituições privadas, que amenizam a vida dos infortunados. Qualquer política assistencialista mais intensa leva os pobres para os braços da preguiça e da inércia. Deve abolir-se o salário mínimo e os custos sociais, porque falsificam o valor da mão de obra, encarecendo-a, pressionam a subida de preços e geram a inflação.

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